Posted by : Unknown quarta-feira, 25 de novembro de 2015

A III Semana Audiovisual da Universidade Estadual do Piauí foi aberta! E com ela uma mesa de abertura repleta de grandes profissionais debateu sobre diversos assuntos com os estudantes e acadêmicos presentes.

Antes da mesa ser formada, o coordenador do curso de Comunicação Social da Uespi, Cláudio Vasconcelos e a vice-reitora da Universidade, Bárbara Melo, deram boas vindas e agradeceram o grande público que marcou presença na 1° noite do evento.

"É com imenso prazer que o curso dá continuidade a 'Semana Audiovisual' que tem sido um projeto pioneiro elaborado pela professora Sammara Jericó. Eu sempre digo que a universidade tem que dar de certa forma um choque nos alunos, não no sentido de que ele venha a ter que dar conta do curso, mas no sentido de repensar atitudes, valores, porque se não fizermos isso seremos apenas uma extensão do 2° grau do ensino médio. Nessa perspectiva, venho de forma pertinente fazer com que a gente rompa um pouco a rotina de sala de aula e entre de certa forma na prática, também não esquecendo a parte teórica conceitual. A gente não pode mudar de atitude por qualquer motivo mas devemos mudar de atitude quando se estar convicto de que o caminho está apresentando desafios com clareza", falou o coordenador.



Já a vice-reitora, Bárbara Melo, afirmou que a administração superior da universidade sempre vai apoiar eventos de grande importância. "Falar sobre esse evento diante de uma plateia tão seleta e preparada eu fico até sem palavras, mas vejo a importância da temática, o envolvimento, o ânimo. Discutir a questão da produção audiovisual fazendo o recorte para o piauiense aponta que muitas vezes carece de estudo, de olhares. Quero parabenizar e dizer que podem contar sempre com a administração superior em eventos como esse", disse.



Dando início a uma proveitosa conversa, a jornalista Neyara Pinheiro, da Rede Clube e repórter de rede da Globo, se apresentou para os participantes: "Eu comecei como estagiária como qualquer outro, iniciei na Clube e percebi que as reportagens que eu via saindo sobre o Piauí eram poucas, via muita gente de São Paulo vindo para cá fazer reportagens do nosso Estado e pensava: 'Por que as pessoas daqui não poderiam fazer essas reportagens?'. Então surgiu a dúvida de como fazer reportagem para Rede Globo, comecei a colocar um foco, uma meta. Fui aprendendo, fazendo, começando as oportunidades e até que consegui a cinco anos ser repórter de rede no Piauí", declarou ela destacando que isso foi um avanço muito grande para o mercado porque até então o Piauí não possuía repórteres de rede formados no próprio Estado, já que Neyara é formada em jornalismo pela UFPI.

Ao ser indagada por uma participante da mesa redonda sobre o motivo de fazer tantas matérias negativas sobre o Piauí em exibições nacionais, a jornalista afirmou: "A gente não deve se colocar como patinho feio, eu acho que como profissional devemos nos reconhecer e devemos entender que as pessoas gostam de notícias ruins, são poucas as matérias boas que eu fiz que as pessoas lembram, e não é só do Piauí, tem Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília. Infelizmente enquanto se estiver fazendo jornalismo vai existir isso, o Piauí consegue entrar com matérias positivas sim, mas não igual porque esse é o mundo que a gente vive", respondeu.


A escritora e roteirista Mônica Mello também explanou o seu conhecimento para o grande público presente em uma breve apresentação e respondendo perguntas dos participantes. "Eu sou roteirista há dois anos, mas escritora de uma vida, porque o escritor não se faz na faculdade, se faz na escrita. Eu fiz direito na UFPI, atuei como advogada por seis anos mas sai do mundo porque não me identifiquei, busquei outras formas de me sustentar no mercado de escrita fazendo alguns cursos. Costumo dizer que a minha carreira é muito breve mas é intensa". afirmou.

Sobre a situação do audiovisual piauiense, Mônica é categórica: "Eu não estou isolada a um regionalismo porque eu acho importante nós termos um cinema piauiense visto por outros lugares, nós temos que desenvolver a nossa estética com autenticidade, o grande desafio é que a gente tenha um cinema como o Ceará e o Pernambuco já têm. Estamos vivendo um momento ímpar do audiovisual piauiense e brasileiro com umas políticas que estão centradas em desenvolver e os sonhos conseguem se realizar. É o momento ideal. O Piauí tem que aproveitar esse momento que é único e correr atrás", explicou a escritora.



Zan Viana, terceiro componente da mesa redonda e jornalista formado pela Universidade São Judas Tadeu (SP), destacou a importância do audiovisual nas diferentes mídias. "Esse tema é essencial porque eu sempre gostei de cinema, também tive um apreço pelo meu trabalho como editor porque para isso você tem que ter uma técnica. Gosto de mostrar ideias através do som e da imagem porque o grande barato do audiovisual é isso", afirmou.



Sobre o poder da internet na atualidade e uma possível concorrência com outros meios, Mônica Mello afirmou que a internet atualmente tem uma facilidade de ter muita coisa boba. "Isso acontece porque as pessoas tem uma capacidade muito grande de se mostrar, então da mesma forma que elas estão colocando nas redes sociais estão levando para o outro lado. Mesmo assim tem que ter essa liberdade, eu não me sinto em uma posição para fazer juízos de valores a certos pontos, existem valores universais mas de resto é interessante, é importante e não compete com a gente e mesmo que competisse não vejo uma forma de dominar o mercado, o audiovisual tem uma função bem social e quanto mais ele for entendido como acessível melhor", declarou.

Durante o debate, Zan Viana foi questionado sobre como é a sua visão da cultura do Estado em relação a divulgação."As pessoas aqui ainda não gostam muito de assistir um conteúdo cultural, eu posso trabalhar com jornal, TV online e portal, mas todo dia tem uma programação diferente, claro que se eu pudesse eu colocaria cultura todos os dias mas não pode. Nós saímos com uma equipe como se fosse de TV mesmo e cada dia tem um programa diferente, eu sempre gosto de fazer matérias de utilidade pública", respondeu.

"A internet é conhecida como mundo sem fim, quando se trabalha para alguém, você deve ter ética sempre e tomar muitos cuidados. Eu analiso muito as matérias porque a gente tenta fazer a televisão online mas nós temos que pensar no público da internet, as matérias tem que ser mais ágeis, mais dinâmicas , um atrativo, trazer uma novidade, que é diferente da TV", continuou ele.



Antes de encerrar o bate-papo, os três profissionais deram dicas ao público presente no evento. "Muita leitura antes de mais nada. Se informar, saber do que está acontecendo, dependendo do segmento você deve fazer um curso. No meu caso foi o de edição  que foi muito proveitoso com grande utilidade e saber um pouco da realidade", aconselhou Zan Viana.

Neyara Pinheiro terminou a sua participação aconselhando os jovens a não terem medo de enfrentar desafios. "Hoje a gente vive em um mercado muito mais aberto do que quando me formei, vocês tem muito mais espaço de trabalho já que tem rádio, TV, jornal, internet, e com isso muito mais emprego. Vocês vão pegar um público bem diferente, a gente tem que se atualizar com a juventude. Vocês tem que bater na porta do mercado, conheçam as pessoas que já estão fazendo, não tenham medo de errar, olhem para si e acreditem que vocês são capazes", desejou a jornalista.

"Tudo que a gente tem que fazer é com paixão, enquanto eu estive em uma área que não me identificava não foi ruim, mas vocês tem que ir para algo que se identifiquem. O 'não' a gente sempre já tem, então ao tentar algo novo a única possibilidade que existe é o 'sim', então vão em frente no que querem sem medo", pediu Mônica Mello.

Por: Mayara Dias
Fotos: Victor Costa e Vitor Sousa

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